19 de novembro de 2010

Zeferino Batista, o mais idoso das Novas Oportunidades

A ministra do Trabalho e da Solidariedade Social, Helena André, entregou esta sexta-feira, em Paredes, o diploma do 12.º ano das Novas Oportunidades a Zeferino Batista, de 83 anos, a pessoa mais velha a concluir esta formação.

Para a ministra, o octogenário, que foi durante 16 anos autarca socialista numa freguesia de Penafiel (Cabeça Santa), é «um exemplo para todos os portugueses, nomeadamente para os mais velhos».

«O senhor Zeferino Batista é um homem do nosso tempo, porque nunca desistiu de aprender», considerou Helena André.

Zeferino Batista ingressou nesta formação aos 81 anos e em apenas dois concluiu com aproveitamento os 9.º e 12.º anos.

À Lusa, disse estar muito orgulhoso, lamentando não ter podido estudar quando era mais novo devido às dificuldades económicas da família. «O meu único objectivo era saber mais, porque sou ansioso pela cultura», afirmou.

Questionado sobre se vai agora prosseguir os seus estudos no ensino superior, disse não ter tomado ainda essa decisão, mas admitiu que está tentado a aceitar o novo desafio.

«Estou no cimo de uma casa de diversos pisos. Depois de estar no alto vê-se vários horizontes. Vamos ver, mas sou capaz de corresponder às solicitações dos amigos e ir em frente», disse.

Helena André elogiou o esforço de todos quantos concluíram a sua formação ao nível das Novas Oportunidades, sublinhando que «estão a contribuir para a melhoria da qualificação dos portugueses, invertendo o vértice de um dos principais estrangulamentos da economia».

«Hoje, os que concluíram esta formação estão mais bem preparados para corresponderem aos desafios da modernidade», sublinhou, reconhecendo que a baixa qualificação da mão-de-obra «ainda é um dos obstáculos à competitividade da economia» portuguesa.

No entanto, observou, a situação melhorou nos últimos anos com a iniciativa Novas Oportunidades, que já permitiu dar formação e validar as competências de cerca de um milhão de portugueses.

Helena André garantiu que as dificuldades por que passa o país não vão impedir que «se prossiga o esforço de qualificação das pessoas», anunciando que até ao final do ano serão reconhecidas cerca de 100 profissões no âmbito da qualificação profissional.

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