Para uns, o álcool é aliado para relaxar e descontrair. Mas, para outros que não saber fazer esse uso moderado, ele pode se tornar um grande problema.
O poder público local parece se mobilizar em relação à essa questão e também comemora a Semana Municipal de Combate ao Alcoolismo, com programação que teve início ontem, dia 1º. A abertura aconteceu no Colégio Nossa Senhora do Calvário e contou com a participação da juíza da Infância e da Juventude, Sueli Juarez Alonso.
Além da representante do judiciário, o prefeito Afonso Macchione Neto e demais autoridades também marcaram presença.
A grade de programação de ontem também incluiu a apresentação do projeto de dança Primeira Impressão, pertencente à Estação Cultura e palestra ministrada pelo padre Osvaldo de Oliveira Rosa. O encontro também foi marcado pelos depoimentos de vida e relatos de experiências em trabalhos com dependentes.
SEMANA DE COMBATE
A investida é uma parceria entre Prefeitura de Catanduva, Conselho Municipal de Defesa da Criança e do Adolescente (CMDCA), Conselho Tutelar e diversas entidades civis e militares do município.
Essa é a segunda edição do evento.
Hoje, a partir das 20 horas, será apresentado no ginásio do Colegião, o espetáculo da Cia de Teatro Imaculada Conceição, “Depois do inverno, vem a primavera, estação das flores e da alegria”.
A peça mostra a vida de Tiago, jovem de classe média que se envolveu com drogas e se recuperou.
No dia 04, acontecem atividades esportivas e ação junto aos alunos das escolinhas da CELT.
No dia 05, às 10 horas, será a vez do advogado e mediador da Rede Social, Heveraldo Galvão, realizar o Fórum Alcoolismo e o Direito, para alunos da Fatec Catanduva.
O encerramento acontece no dia 06, com passeata.
Reforma Íntima
A Semana Municipal de Combate ao Alcoolismo tem gosto especial para o aposentado de 69 anos que não pode ser identificado por pertencer aos Alcoólicos Anônimos (A.A).
O aposentado começou a beber entre 12 e 13 anos, para acompanhar as pessoas mais velhas com quem convivia.
Ele conta que ao chegar aos 16 anos já era dependente da bebida e a partir dos 18 anos, necessitava dela diariamente.
Quando passou em um concurso público estadual, o membro do A.A passou a beber mais ainda. “Mas, a situação piorou mesmo quando comecei a trabalhar em um banco federal e ganhava bem”, relata.
O aposentado lembra que quanto mais poder aquisitivo tinha, mais se dedicava ao vício.
Porém, nessa época, bem sucedido profissional e socialmente, ele não tinha consciência que era um viciado e nem que era portador de uma doença. “Um dia, em viagem de férias com a minha família, descobri a irmandade e passei a freqüentar”, conta.
Hoje, com mais de 15 anos que freqüenta o grupo, o aposentado afirma que sua vida mudou completamente.
“Até a ficha cair, levou seis meses. Aos poucos, fui me identificando com o programa e colocando em prática.
Assim, fui crescendo moral e espiritualmente. Minha reforma íntima me tornou um homem de bem, passei a dar valores em coisas que nunca dava e me reencontrei com Deus”, afirma emocionado.
Para ele, hoje a sua missão é levar a mensagem pra o alcoólatra que está prisioneiro ao vício.
“Sempre tentando trazer um companheiro para a verdadeira vida”, finaliza.
O grupo Alcoólicos Anônimos completa 74 anos de existência no dia 10 de junho.
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