VOLTANDO A FALAR SOBRE A POLÍTICA, OS POLÍTICOS E O POVO :
Mais um trecho do livro A Política, os políticos e o povo, de minha autoria, editado em 1999 pela Editora Uirapuru, Manaus, AM. :
“ Por meio do voto, o cidadão deposita suas esperanças nos candidatos a governantes, a fim de melhorar a sua condição de vida com maior dignidade. A grande maioria do eleitorado sente emoção na hora de exercer a sua escolha, porque vislumbra, neste ato cívico, mudanças capazes de lhe proporcionar o bem estar social, maior soberania e liberdade.
Mas não tem sido essa a realidade alcançada pelo povo. A única certeza do cidadão no processo eleitoral brasileiro é a de que votar é cumprir um dever cívico. Sem uma base de conhecimento capaz de lhe permitir separar o joio do trigo, sem uma legislação justa e moderna, o eleitor tem usado o voto como uma arma suicida contra o seu próprio interesse, assistindo até mesmo a eleição de candidatos menos votados, ou seja, ele vota num candidato, mas o crédito é atribuído ao Partido ao qual pertence o candidato. Tudo porque a legenda eleitoral, na forma da lei eleitoral, assim decide.
Incauto, na maioria das vezes, o cidadão sem consciência do processo político, não percebe que o seu erro na hora de votar, perdurará por alguns anos e não se prepara para escolher os mais dignos. Elege a quem lhe acenou com vantagens utópicas e dádivas passageiras, e quem, nem sempre é o melhor. E assim, não elege o candidato pelo caráter, pela formação cultural ou competência. Atende ao chamado de uma promessa inconcebível, de uma pregação ardilosa na expectativa de mudanças. ..
Em verdade, o poder nas mãos dos mesmos governantes por tempo indeterminado, sem uma tradição que lhes dê legitimidade histórica, como na monarquia, o reinado ou o império, costuma ser encarado como tirania, despotismo, ditadura e, nesses sistemas, o povo tem sido um simples instrumento social.
Quando as liberdades do cidadão são negadas, a cidadania torna-se uma utopia e, geralmente, os governantes detêm o poder e a riqueza em suas mãos. Muitas nações que passaram por tais sistemas, onde o poder não muda, já desapareceram do mapa. Outras foram conduzidas ao regime democrático, por meio de revoltas populares, tudo por causa de governos que se sucedem, sem a prática de eleições populares. Países que ainda persistem, como Cuba, na América Central, têm um povo infeliz, em busca de maior espaço para as suas liberdades. ...............................
A política no Brasil continua sendo, com raras exceções, um ninho para corruptos, interesseiros e enganadores, o que, sem dúvida, define a maioria dos candidatos."
Texto escrito há 18 anos passados.....quase duas décadas....
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