O alcoolismo é um dos problemas sérios do Brasil: dezenas de milhares de pessoas morrem anualmente em consequência do consumo de bebida alcóolica. De acordo com estudo citado neste artigo de Isabela de Oliveira para o Portal Uai, 19 milhões de pessoas no país são dependentes de álcool. Muita gente não está ciente de que o alcoolismo é responsável também por uma série de doenças, como a tuberculose, alguns tipos de câncer – de boca, faringe, esôfago, mama e outros -, derrame ou Acidente Vascular Cerebral, epilepsia, dentre várias outras.
Noites intermináveis de festas regadas a drogas lícitas e ilícitas podem dar a impressão de que os jovens são as maiores vítimas dos vícios. Todos “uma ideia ruim”, segundo o presidente dos EUA, Barack Obama. Em entrevista publicada no domingo na revista The New Yorker, ele declarou que não acha que “fumar maconha seja mais perigoso do que o álcool”. Dezenove estados americanos permitem o uso da maconha para fins medicinais. Com menos restrições comerciais, as bebidas alcoólicas matam anualmente 79.465 pessoas nas Américas. No Brasil, as maiores vítimas são adultos de 50 a 59 anos, segundo levantamento da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) publicado no periódico Addiction.
Para os especialistas, a cultura machista e a ineficiência das políticas públicas fazem com que o país ocupe o 5º lugar no ranking das nações americanas com mais óbitos causados pelo álcool. O levantamento com dados de 16 países das américas do Norte, Central e do Sul foi feito pelas brasileiras Vilma Gawryszewski e Maristela Monteiro. Elas verificaram que, entre 2007 e 2009, o Brasil registrou mais de 22 mil mortes diretamente relacionadas ao consumo de bebidas alcoólicas. Os homens correspondem a 88,5% do total.
Jorge Jaber, presidente da Associação Brasileira de Alcoolismo e Drogas (Abrad), acredita que taxas tão elevadas entre os consumidores do sexo masculino é cultural. “Quando a mulher bebe, vira alvo de críticas, preconceito e desvalorização sexual. A sociedade, principalmente os homens, parte do princípio de que elas serão mais fáceis de serem conquistadas, no sentido sexual. O homem, ao contrário, é estimulado a beber, leva-se isso na brincadeira”, reflete o especialista em dependência química pela Universidade de Harvard (EUA) e membro da Associação Brasileira de Psiquiatria.
Ainda que os homens estejam na dianteira das estatísticas, o número de mulheres consumidoras de bebidas cresce. Segundo o Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad), feito pelo Instituto Nacional de Políticas Públicas do Álcool e Outras Drogas, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), em 2012, elas representavam 39% do total de pessoas que bebiam álcool pelo menos uma vez na semana, contra 29% em 2006. “A gente pode dizer que elas são grandes alvos das campanhas de bebida, e a indústria do álcool enxerga hoje no público feminino um grande nicho”, observa Ana Cecília Marques, psiquiatra e presidente da Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas (Abead). Clique aqui para ler mais.
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